O Figueirense passou o Avaí e é, isolado, o clube mais vezes campeão do Campeonato Catarinense. O 14º título da história alvinegra veio com uma indiscutível vitória por 3 a 0 sobre o Joinville, no Estádio Orlando Scarpelli. Título diante de uma torcida só, que apoiou o tempo todo em um coro de várias estrofes e, no final, comemorou o título do time que está mandando no Catarinense nos anos 2000 - venceu quatro das sete edições do Catarinense.
No início do jogo, o silêncio da apreensão foi poucas vezes quebrado. Era um jogo difícil, de dois times com missões diferentes. O Joinville jogava por dois resultados e se fechou na defesa; precisava reduzir espaços. O Figueirense tinha que encontrá-los, tinha que criar um caminho entre os três zagueiros e os dois volantes tricolores. Por isso, Marquinhos Paraná trocava a tarefa de marcar Fantick pela de armar o time quando o alvinegro tinha a posse de bola. E, assim, os laterais se movimentaram muito, caindo em diagonal com freqüência. Thiago Silvy guardou posição na ponta direita, tentando tirar um defensor da vigília da área. E, por isso, Carlos Alberto teve liberdade para ser o homem-surpresa no ataque. Ele atendeu ao pedido aos 35 minutos, quando encontrou Cícero livre na esquerda, no lance que originou o primeiro gol do jogo. Foi também ali que começaram os primeiros gritos de "Figueira, Figueira". Afinal, o 1 a 0 era suficiente para conquistar o título. E os gritos de "é campeão" foram ouvidos pela primeira vez aos 26 minutos do segundo tempo, logo depois da ola, após o segundo gol. Àquela altura, o JEC já tinha adiantado a marcação e dava espaços na defesa. Prata da casa barbariza e faz o "jogo da vida" Percebendo isso, o técnico Adilson Batista trocou Schwenck por Soares e aí definiu a vitória. O garoto alvinegro - um dos seis pratas da casa que participaram da vitória do título - barbarizou a defesa do JEC e fez o "jogo da vida". Foi dele a jogada, a velocidade, a calma, a qualidade técnica do segundo gol. Foi dele o lance do terceiro, um presente para o colega Fernandes, no final do jogo. Aos 29 minutos, com 2 a 0 no placar, os mais de 17 mil torcedores alvinegros presentes no estádio começaram a ditar o ritmo com o tradicional "olé". Aos 36, com a certeza da vitória, veio o canto há muito esperado: "Sou alvinegro, de coração, eu sou do time mais vezes campeão." Aos 44, foi a vez de homenagear um dos grandes artífices da campanha, o técnico Adilson Batista, que conquistou seu segundo título estadual - o outro foi com o América-RN. E, no apito final, "dá-lhe alvinegro, com muito orgulho, com muito amor". Final que durou mais que todos os outros finais. A torcida só arredou pé do estádio quando o último jogador mergulhou no vestiário, de taça na mão. Foram embora debaixo de chuva, ouvindo trovões. Era o Furacão, se despedindo em festa do Estadual de 2006. O vice-campeão Joinville só precisava do empate para ficar com o título estadual, já que havia vencido por 2 a 1 a partida de ida, na Arena Joinville.
Assinar:
Postar comentários
(Atom)
0 comentários:
Postar um comentário